22 de setembro de 2020

“O `bicho´ do social, quando pica, a gente nunca mais esquece”

Na edição de setembro, conheça a história de Francine Lopes Fernandes, que encontrou a sua vocação com o setor social através das edições do  Projeto Cambará, onde participou direta e indiretamente por 4 anos consecutivos. 

WhatsApp Image 2020-09-11 at 15.40.35Este ano, o “Histórias que Inspiram” é marcado pelo aniversário de 30 anos do Instituto Alcoa. São histórias de vida de colaboradores, voluntários, representantes de organizações beneficiadas, líderes comunitários e outros atores fundamentais que se conectam com a trajetória do Instituto e fazem ela ainda mais especial.

Personagem: Francine Lopes Fernandes, cofundadora e educadora social da Guarda-Chuva, escola de empreendedorismo e inovação social em Poços de Caldas (MG), e membro do Conselho Consultivo de Relações Comunitárias de Poços de Caldas.

Francine formou-se em Turismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais e especializou-se em Empreendedorismo Social e Negócios Sociais pela Faculdade de Educação Superior do Paraná (FESP - PR). Também participou de quatro edições do Projeto Cambará - iniciativa promovida pelo Instituto Alcoa em parceria com o FICAS -, onde vislumbrou os moldes do que seria, mais tarde, a Guarda-Chuva.   

Fran, como é conhecida, conta que o seu interesse em trabalhos que envolvem o campo social se deu ainda na adolescência. "Quando eu tinha 15 anos, fui fazer um curso com a Pastoral da Juventude e ali percebi algo sobre formação de lideranças, pensar em roda, trocar saberes através da escuta. E isso foi algo que nunca perdi. O ‘bicho’ do social, quando pica, a gente nunca mais esquece”, brinca. 

A educadora começou sua trajetória com iniciativas de impacto comunitário quando ainda cursava a faculdade. “Fiz um curso que falava sobre impactos comunitários enquanto eu ainda estudava Turismo e percebi o campo do meu interesse: turismo de base local, ações que cuidam do meio ambiente e da comunidade. E, assim, fui me desgarrando do turismo de entretenimento e entrando no setor do empreendedorismo e iniciativas de responsabilidade social”. 

 

O Projeto Cambará

A iniciativa foi promovida pelo Instituto Alcoa, em parceria com o FICAS, de 2014 a 2018 e teve como objetivo fortalecer o papel estratégico das organizações da sociedade civil nas comunidades onde atuam. 

 

A Guarda Chuva

A Guarda-Chuva é uma associação que oferece formações, conexões e apoio para o trabalho de empreendedores e iniciativas que cuidam de pessoas e do meio ambiente. “Eu gosto de falar que a Guarda-Chuva é a ‘filhote’ do Instituto Federal, mas foi criada dentro do Cambará.”

Em 2017, quando Fran fazia parte do Projeto Cambará, juntamente  com a colega de trabalho Rafaela Jacon Dutra, por meio de uma fala de Monica Espadaro, do Instituto Alcoa, percebeu o que seu projeto poderia se tornar. "A Monica disse: ´Nossa, isso tem muito cara de negócio social`; e foi aí que entendemos do que se tratava aquele modelo de organização que estávamos formulando.”

A Guarda-Chuva nasceu no final de 2014 por meio de um coletivo de amigos que estavam falando sobre empreendedorismo e gestão na região de Poços de Caldas. Mais tarde, o grupo realizou pacotes de serviços de consultoria e formações e, hoje, entende-se como uma escola de formação e instrumentação de empreendedores. Fran comenta também sobre a importância de alinhar os projetos locais com as pautas que acontecem no mundo por meio da apresentação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). 

“Hoje temos uma formação exclusiva para novos negócios de impacto, sejam eles ONGs, associações ou empresas. Um projeto que, inclusive, está recebendo o aporte do Instituto Alcoa através do edital Jornada Emancipa”, conta.

A educadora explica que o nome do edital se dá justamente pela necessidade das organizações de se auto gerirem sem a dependência financeira de um doador. “Esse é o grande gargalo das ONGs, mas pode ser revertido com a instrumentalização de como escrever bons projetos, realizar serviços e captar recursos.”  

Francine encerra trazendo uma frase inspiradora. “Já diria Bill Drayton: `a gente não quer nem dar o peixe, nem ensinar a pescar, a gente quer revolucionar a indústria da pesca´. O social também precisa se estruturar e se organizar. Hoje estamos falando de negócios de impacto que nascem para resolver uma demanda social.”